Polícia Federal Apreende R$ 3,6 milhões na Fase Politéia da Lava-Jato

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       Empresa fica em São Paulo, mas não se sabe a qual parlamentar ela é ligada.A Polícia Federal apreendeu R$ 3,6 milhões em dinheiro vivo em uma empresa em São Paulo nesta terça-feira (14/7), na fase Politéia da Operação Lava-Jato. As ações de hoje devassaram residências de senadores, deputados, escritórios de advocacia e empresas ligados a eles, que são investigados por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro em esquema de desvios na Petrobras. Foram alvos de buscas autoridades como os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE), o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte e o ex-deputado João Pizzolati (PP-SC).A PF não informou o nome da empresa que sofreu a ação de busca em São Paulo e nem sua relação com os investigados. Hoje, os policiais apreenderam três carros de luxo na residência de Collor em Brasília, a Casa da Dinda, um Porsche, uma Lamborghini e uma Ferrari. Também fizeram buscas na TV Gazeta, em Alagoas, de propriedade do senador e ex-presidente da República.

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     A Operação Lava-Jato encontrou depósitos de R$ 50 mil na conta do senador feitos pelo doleiro Alberto Youssef, operador do esquema de desvios na Petrobras. Há mais de um ano, Collor se nega a jornalistas que o procuram a explicar o motivo desses pagamentos. Em depoimento à PF, Youssef disse que fez os depósitos e ainda efetuou repasses em espécie ao senador, sempre a pedido de Pedro Paulo Leoni Ramos, o “PP”, ex-ministro de Collor e dono da empresa GPI Investimentos, em São Paulo.

      “Nem os senadores”

      A defesa de Collor afirmou hoje quem “nem os membros do Senado Federal estão livres do arbítrio”, ao criticar as ações dos investigadores da Lava-Jato. Collor tem negado qualquer irregularidade. Em nota, a defesa do parlamentar manifestou “repúdio veemente a uma operação aparatosa”. As buscas foram feitas pela PF e pela Procuradoria Geral da República com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

      “A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais de dois anos, a investigação já é conhecida desde o final do ano passado”, disse a defesa de Collor em nota. Os advogados do senador reclamam que ele nunca foi chamado a prestar depoimento. “Por duas vezes o Senador se colocou à disposição para ser ouvido pela Polícia Federal, sendo que nas duas vezes seu depoimento foi desmarcado na véspera”.

     Para a defesa do senador, as buscas fazem parte deu um “estado p olicial” que objetiva “apenas constranger” Collor, além de “alimentar o clima de terror e perseguição e, com isso, intimidar futuras testemunhas”. “Se nem os membros do Senado Federal estão livres do arbítrio, o que se dirá do cidadão comum, à mercê dos Poderes do Estado.”

      Íntegra da nota de Collor

      Repúdio veemente a uma operação aparatosa.
     A defesa do Senador Fernando Collor repudia com veemência a aparatosa operação policial realizada nesta data em sua residência. A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais de dois anos, a investigação já é conhecida desde o final do ano passado, e o ex-presidente jamais foi sequer chamado a prestar esclarecimentos.

     Ao contrário disso, por duas vezes o Senador se colocou à disposição para ser ouvido pela Polícia Federal, sendo que nas duas vezes seu depoimento foi desmarcado na véspera. Medidas dessa ordem buscam apenas constranger o destinatário, alimentar o clima de terror e perseguição e, com isso, intimidar futuras testemunhas.

      A medida invasiva traduz os tempos em que vivemos, em que o Estado Policial procura se impor ao menoscabo das garantias individuais seja do ex-Presidente, do Senador da República, ou do simples cidadão. Afinal, se nem os membros do Senado Federal estão livres do arbítrio, o que se dirá do cidadão comum, à mercê dos Poderes do Estado.

 

Fonte: Correio Braziliense.

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