PF deflagra nova fase da Lava-Jato em Brasília e outras quatro cidades

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  A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (28/7) a 16ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Radioatividade. Em Brasília, ao menos parte das buscas foi feita no edifício da Eletronuclear, no Setor Bancário Norte. O objetivo da ação é investigar contratos fechados por empreiteiras com a estatal, suspeitos de terem sido obtidos por meio de formação de cartel, combinação prévia de licitações e pagamento de propinas a funcionários públicos. Foram presos o ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, e Flavio David Barra, presidente global da Andrade Gutierrez Energia.

  São cumpridos 30 mandados judiciais, sendo 23 de busca e apreensão e dois de prisão temporária, por cinco dias. A PF ainda cumpre cinco mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada de maneira forçada para prestar um depoimento ou fornece as informações dentro de sua própria residência. Depois disso, o investigado é liberado.

  Em delação premiada, o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, disse que pagou R$ 1 milhão para o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, para influenciar uma licitação em Angra 3. O advogado nega as suspeitas. Em outra delação, o então presidente da Camargo Corrêa, disse que havia uma “promessa” de pagamento de propina de 1% dos contratos na usina para o PMDB e diretores da Eletronuclear. Uma parte do dinheiro iria para o então presidente da estatal Othon Luiz Pinheiro da Silva.

   Estados
  A PF colocou cerca de 180 policiais nas ruas de Brasília, Rio de Janeiro, Niterói (RJ), São Paulo e Barueri (SP) para cumprir as ordens judiciais. Os presos e o material apreendido serão levados a Curitiba. As ordens de busca e prisões foram determinada pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro.

  Em abril, o ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, afirmou em depoimento de delação premiada que houve “promessa” de pagamento de propina ao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear, empresa do grupo Eletrobras, nas obras da usina nuclear Angra 3.

  Avancini deixou a prisão em 30 de março para cumprir prisão domiciliar, após firmar acordo de delação premiada com a Justiça, homologado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato na primeira instância.Segundo Avancini, a Camargo Corrêa foi informada em agosto de 2014 de que havia “compromissos” de pagamento de propina equivalente a 1% dos contratos das obras da usina ao PMDB e aos diretores da Eletronuclear. Somados, os contratos de Angra 3 chegam a R$ 3 bilhões, de acordo com o executivo. À época, o PMDB negou as acusações de recebimento de propina.

Fonte: Correio Braziliense

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